Ontem Eu Chorei!
As lágrimas fazem parte da experiência – e me ensinaram mais do que eu imaginava.
Quando foi a última vez que você chorou?
Tenho percebido que, durante o mochilão pela América do Sul, fiquei, digamos, mais sensível. Tenho chorado por muitos motivos e, por isso, decidi escrever este texto.
Durante a viagem, qualquer pequeno padrão quebrado se torna uma bomba atômica — pelo menos no meu caso. Um câmbio de dinheiro que não dá certo, uma palavra desmotivadora que você ouve, uma discriminação ou até mesmo um dia mais nublado.
Pode parecer exagero, e às vezes eu mesmo me questiono, mas, no geral, apenas deixo fluir.
Esses dias, chorei copiosamente no meio da avenida principal do Ushuaia. Não sei o que me deu, mas não conseguia parar. Na realidade, eu sabia — só percebi depois das lágrimas. Eu tinha recebido uma mensagem, o dia não estava saindo como eu queria, e o desejo de desistir me consumiu junto com a cachoeira que escorria dos meus olhos.
Revendo a situação, percebo que o que precisamos entender — e digo "precisamos" porque eu me incluo nisso, claro — é que nada será exatamente como queremos. Por mais controlados e metódicos que sejamos, por mais que nos cerquemos de barreiras para evitar que algo saia do limite aceitável, lamento informar: vai sair. E é isso que mais tenho percebido na viagem. Tudo é diferente do que imagino — para o bem e para o mal.
E, sejamos sinceros, isso é bom. Como sempre digo, saí de São Paulo justamente para isso: para deixar minha zona de conforto. Sei que só assim vou crescer e desenvolver a tal da resiliência, palavra tão usada nos dias atuais.
Estou lendo o livro do Ryan Holiday - Disciplina é o Destino - O poder do autocontrole e em determinada parte ele diz:
"A emoção é uma força poderosa, mas não podemos permitir que ela nos controle. Precisamos aprender a dominá-la, ou seremos escravizados por seus impulsos."
Não acho que chorar seja um sinal de fraqueza. Pelo contrário, vejo como um complemento de um sentimento que devemos usar a nosso favor. E você pode estar se perguntando: "Como assim?" Simples: para nos entendermos, viajante! Se você chora — seja de alegria ou de tristeza —, esse é o momento de parar e refletir. O que está acontecendo? O que despertou essa emoção tão forte a ponto de te fazer desabar em prantos?
Enquanto escrevo este texto, estou na cidade de El Calafate, na Argentina. Que cidade linda! Recomendo muito a visita. Aqui tem o Lago Argentino e, quando o vi pela primeira vez de um ponto mais alto, fui tomado por uma emoção avassaladora. Comecei a chorar, sem entender bem o motivo. Soluçava, totalmente sem controle. Fiquei assim por alguns minutos, sozinho, no alto de uma montanha, observando aquela imensidão até me acalmar.
Depois de toda a situação, comecei a refletir e entendi por que me senti daquela forma.
Aos 37 anos, nunca tinha visto algo tão bonito na vida. Chorei de alegria, não de tristeza. Demorei quase 40 anos para viver aquela experiência e, naquele momento, era como se estivesse me “limpando”, agradecendo a mim mesmo por ter me proporcionado aquela cena.
Outro pensamento que me dominou foi sobre o meu pai, que faleceu aos 59 anos. Ele nunca viu aquilo. E, infelizmente, nunca verá. Minha mãe, que hoje tem quase 61, também não viu. E eu AINDA não posso proporcionar essa experiência a ela.
Como eu disse, quando a emoção toma conta, devemos buscar a raiz daquela sensação. Isso nos ajuda a nos conhecer melhor, a nos libertar de amarras e, quem sabe, até a descobrir um novo propósito.
O meu, hoje, é conseguir inspirar as pessoas — você, que está lendo este texto, ou quem assiste aos meus vídeos no YouTube e no Instagram — a saírem da tela e irem aproveitar tudo o que esse mundo lindo tem a oferecer.
Eu achava que tinha criado o MOCHILOGIA para mim, para os meus sonhos e para enfrentar os meus medos. Mas, na realidade, percebo que estou trabalhando para inspirar você a destruir a roda de rato em que vive e ir aproveitar a sua vida.
Para muitos, minhas palavras podem não significar nada — e, sinceramente, está tudo bem. Mas, para alguém, elas farão sentido. E essa pessoa vai fazer valer cada lágrima derramada nessa jornada de autoconhecimento.
E agora eu quero te ouvir.
Conta nos comentários: quando foi a última vez que você foi dominado por uma emoção forte? O que aprendeu com isso?
Nos próximos textos, trarei mais reflexões, perrengues e aprendizados desta jornada. Não deixe de seguir a newsletter do Mochilogia!
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Muito obrigado por dedicar um pouco do seu tempo para ler este texto.
Thiago – Mochilogia