O Lado Incrível das Caronas — E Por Que Você Deveria Experimentar
Muito mais do que economizar: caronas que criam laços e memórias inesquecíveis.
Você já pegou carona?
Nesse mochilão, tenho tentado ultrapassar meus medos. Sempre que surge a oportunidade, ativo meu lado cara de pau, estendo o braço na estrada com um sorriso envergonhado no rosto... e começo a aventura.
Confesso que nunca precisei esperar muito. Até hoje, no máximo 40 minutos foram suficientes para alguém parar — e, pasmem, na maioria das vezes, foram mulheres que me ofereceram carona.
Esses dias, lembrei que, lá pela quinta ou sexta série, eu estudava longe de casa, em Itaquaquecetuba (SP), e andava quase uma hora para chegar à escola. Às vezes, a molecada pedia carona para os caminhoneiros. Subíamos na carroceria, totalmente sem noção do perigo — mas era o que tinha.
Voltando ao presente: um amigo que fiz em Ushuaia me incentivou a retomar essa prática. Aos poucos, estou criando confiança. Para mim, carona é muito mais do que economizar tempo ou dinheiro — é sobre criar conexões, mesmo que breves. Quem para quer saber sua história: o que te trouxe até ali, para onde está indo... E essas conversas, sinceramente, são incríveis.
Tive duas caronas marcantes nesse mochilão — ambas na Argentina e com mulheres.
A primeira foi saindo de El Calafate. Quando vou pedir carona, saio da cidade e sigo até a estrada que leva ao meu destino. Procuro lugares com lombadas, rotatórias, ou pontos onde os carros possam parar com segurança. Começo a fazer o famoso “hacer dedo”, como dizem em espanhol.
Nesse dia, eu estava indo para El Chaltén. Após cerca de 40 minutos, vi um carro com duas “chicas” saindo de um posto. Pensei: “Elas não vão parar para um barbudo com uma placa escrita ‘Brasileiro dedo a El Chalten’.” Para minha surpresa, pararam! E tinha um doguinho no carro, que me encheu de lambidas durante a viagem. Tomamos mate, conversamos sobre amenidades, e uma delas me indicou um hostel super barato — que consegui vaga! O melhor? Fui ouvindo tango até o destino. (Tem vídeo no canal, se quiser ver!)
A outra carona foi em Bariloche. Depois de visitar as cavernas de um antigo vulcão, descobri que não passava ônibus de volta. Comecei a pedir carona ali mesmo. Quinze minutos depois, uma médica jovem e super amigável parou. Quis saber tudo: quanto tempo eu estava viajando, por onde já tinha passado... Conversamos como se fôssemos amigos de longa data. No fim da viagem, elogiei a coragem dela por dar carona a um homem. Ela respondeu que já havia cruzado toda a Argentina de carona e agora queria retribuir os favores que recebeu. Bonito demais, né?
Esses momentos me mostram como uma vida baseada na confiança é muito mais leve. Não viraram grandes amizades, mas essas conexões foram transformadoras — para mim e, talvez, para elas também.
Escrevo tudo isso para dizer que as conexões durante uma viagem são, muitas vezes, impossíveis de prever — mas profundamente marcantes. Elas me fizeram querer ainda mais estender o dedo, ouvir histórias e contar a minha.
Permita-se viver experiências como essa. Acredito que você sairá diferente — e melhor — do que entrou.
Sei que falo de um lugar privilegiado, por ser homem. Mas vale lembrar: as mulheres que me deram carona também já viajaram assim. Então, não é impossível para elas — apenas mais desafiador.
E aí, você já pegou carona? Tem alguma história marcante? Compartilha nos comentários, vou adorar ler.
Se esse texto puder inspirar alguém a tentar algo novo, compartilha com essa pessoa. Pode ser a faísca que faltava.
Muito obrigado pelo seu tempo.
E não se esqueça de se inscrever.
Thiago, do Mochilogia 🎒📚🤓