A Expectativa Vai Acabar Com A Sua Viagem
Ficamos inventando momentos que nem aconteceram e esquecemos de viver o presente... que, olha só, já diz no nome: é um presente!
Você já sentiu que a expectativa arruinou uma experiência?
Não sei se sou ansioso porque crio muitas expectativas ou se crio expectativas por ser ansioso. Só sei que, muitas vezes, idealizo tanto as coisas que acabo me frustrando mais do que gostaria.
Vou contar o que aconteceu recentemente.
Estava em Santiago, no Chile, e decidi conhecer Valparaíso. Costumo não pesquisar muito sobre os lugares — gosto de ser surpreendido —, mas dessa vez, minha cabeça criou uma imagem: imaginei praias lindas, silêncio, tempo para ler meus livros e curtir o Oceano Pacífico pela primeira vez.
Mas ao chegar, fui atingido por um balde de realidade.
Descobri, depois de já estar lá, que Valparaíso é a terceira cidade mais populosa do Chile. Ou seja, muita gente, muito movimento... e nada da paz que eu buscava. Além disso, a cidade é parecida com o Rio de Janeiro, cheia de morros e casas construídas sobre eles. As ruas são confusas e muitas nem aparecem no Google Maps, o que me fez me perder várias vezes.
Todo aquele cenário mental que eu havia criado desmoronou em segundos.
E, para completar, estou fazendo um voluntariado por aqui, então preciso ficar pelo menos 15 dias.
Claro que o lugar tem seus encantos — há ruas com arte urbana, a cidade vizinha Viña del Mar é linda, e existem dunas para apreciar o pôr do sol —, mas a verdade é que eu queria sossego. Queria apenas um canto tranquilo para me recolher.
No livro A Sutil Arte de Ligar o Fda-se*, Mark Manson diz:
É exatamente isso. Quando idealizamos demais, a realidade nunca chega perto do que projetamos. E aí, o sofrimento é inevitável.
Tenho tentado não criar expectativas — com lugares, pessoas, livros, trabalhos —, mas às vezes é mais forte do que eu. E quando tudo desmorona, vem a frustração.
Ryan Holiday, em O Obstáculo é o Caminho, escreve:
“É frustração que surge quando não aceitamos o que está fora do nosso controle.”
E ele tem razão. A frustração nasce da nossa resistência em aceitar a realidade como ela é — imprevisível, imperfeita e muitas vezes distante do que esperávamos. Mas também é ela que nos ensina.
Recentemente, comecei a entender o significado de hedonismo. Ser hedonista é viver em busca constante de prazer. E claro, todos queremos momentos bons. Mas se a única coisa que buscamos é prazer, evitamos as dificuldades — e acabamos sem aprender com elas.
Escrevo tudo isso porque talvez você esteja vivendo algo parecido. Talvez também esteja sofrendo por algo que não saiu como esperava. Se for o caso, saiba: é normal. Mas é importante se recompor, tirar aprendizados disso tudo e seguir em frente.
No meu caso, decidi usar esse tempo em Valparaíso para melhorar meu espanhol e inglês, já que estou em um voluntariado internacional. Também vou explorar o que a cidade tem de melhor, buscar meus momentos de calma e, quem sabe, encontrar algo ainda melhor do que aquilo que imaginei.
Nem sempre as coisas saem como planejado. Mas é sempre possível transformar o que parecia uma frustração em uma oportunidade de crescimento.
Agora me conta: qual foi a última vez que uma frustração te derrubou? E como você lidou com isso?
Se esse texto faz sentido pra você, compartilhe com alguém que esteja passando por algo parecido. E se não curtiu tanto assim... manda para um inimigo! 😅
Não esqueça de se inscrever na newsletter.
Muito obrigado por dedicar um tempo para me ler.