10 Dicas Para Mochileiros Iniciantes
Dicas que funcionaram para mim e que vão te ajudar a tomar a decisão de iniciar a sua viagem.
Tenho recebido algumas mensagens nas redes do Mochilogia (se você ainda não segue, clica aqui para dar essa força!) pedindo dicas para quem quer começar a mochilar.
Por isso, decidi escrever aqui as 10 principais dicas que eu gostaria de ter lido antes da minha viagem — e que com certeza vão te ajudar a tirar o mochilão do papel e colocar o pé na estrada. Bora para o primeiro item:
1. Comece pelos Documentos: Seu passaporte para o mundo
Esse, pra mim, é o ponto de partida. Se você quer mochilar pela Europa, por exemplo, vai precisar de um passaporte válido e, em alguns casos, de visto. Fique atento a isso. Com o site www.passportindex.org, você consegue checar em quais países os brasileiros precisam de visto.
Mas como minha experiência é focada na América do Sul, vou falar sobre isso.
Aqui, você pode viajar com seu RG em bom estado e emitido há menos de 10 anos. Ainda assim, é importante consultar as regras de cada país no site dos consulados.
Eu escolhi viajar com o passaporte, porque gosto de colecionar carimbos — embora alguns países, como a Argentina 😕, nem sempre carimbem.
Se o orçamento estiver apertado, seu RG será suficiente.
Outro ponto: vacinas. Tome as que forem exigidas nos países por onde você vai passar — novamente, consulte os sites dos consulados.
Todos os meus documentos estão em formato físico e digital, para garantir que nada dê errado.
Por fim, não subestime o seguro viagem. Muita gente viaja sem, mas é um risco enorme, e o custo é relativamente baixo. Eu precisei usar durante esses mais de 5 meses de estrada — e me salvou.
2. Cartões e Grana: Como acessar seu dinheiro fora do Brasil
Esse também é um ponto crucial. Cometi alguns erros e quero te ajudar a evitá-los.
Sempre traga mais de um cartão internacional. Sem exceção. Logo no primeiro país (o Uruguai), não consegui sacar dinheiro com o meu cartão principal.
Hoje, uso a Wise — e se você fizer o cadastro pelo link, ainda ganha algumas vantagens. Mas também existem outras opções como Nomad, C6, Inter e o Revolution. Cada um tem suas vantagens, então recomendo ter 2 ou 3, no mínimo.
Outra opção é usar o app da Western Union. Nem sempre funciona — lojas pequenas costumam não ter dinheiro — mas em cidades maiores, quebra um galho e tem um câmbio excelente. Foi o que me salvou na Argentina.
Dica extra: Sempre leve um pouco de dólar com você. É a moeda mais aceita do mundo e fácil de trocar em qualquer país. Já o real, nem sempre é aceito e tem pouco valor fora do Brasil.
Ah, e cuidado com cambistas clandestinos. Nunca troquei com eles, pois tenho receio de receber notas falsas. Mas essa decisão é pessoal.
3. Mochila: Sua casa nas costas
Todo mochileiro precisa de uma cargueira! Esse ponto gera muitas dúvidas, então vou te contar o que funcionou pra mim.
Viajo com duas mochilas: uma de 50 litros, onde levo roupas, e uma de ataque, que carrego na frente com notebook, eletrônicos e itens de valor. Essa configuração me permite viajar de avião sem despachar bagagem, o que fiz de São Paulo para Porto Alegre, de Buenos Aires para Ushuaia e depois para El Calafate — sem problema algum.
Se você for fazer toda a viagem por terra, pode levar uma mochila maior.
Importante: use uma doleira ou pochete. Na minha, ando 24h com dinheiro, cartões e passaporte — até pra dormir! Isso é essencial na estrada. Vou deixar algumas opções com boas opções.
4. O que vestir? Roupas e calçados que te salvam
Esse foi meu maior erro.
Como visitei lugares frios — Argentina, Bolívia e Chile — percebi que as roupas que eu usava em São Paulo não servem para o frio de verdade.
Então, pesquise bem o clima dos lugares que pretende visitar e se prepare. O melhor jeito é se vestir em camadas, como um sanduíche:
Camada Base (segunda pele) – Mantém o corpo seco.
Ex: camiseta térmica, dry fit, legging fina. Evite algodão!
Camada do Meio (isolamento térmico) – Retém o calor.
Ex: fleece, moletom, plumas ou material sintético.
Camada Externa (proteção) – Protege do vento e chuva.
Ex: jaqueta corta-vento ou impermeável. Precisa ser respirável.
Dicas extras:
Se esfriar mais, adicione camadas.
Se esquentar ou entrar em ambientes fechados, retire.
Use luvas, gorro e meias térmicas — fazem muita diferença!
Meus erros: trouxe só uma camisa térmica e nenhuma jaqueta impermeável. Comprei depois, mas teria sofrido menos se já tivesse vindo preparado.
Sobre calçados, também vacilei. Quem vê meus vídeos no YouTube sabe do famoso “Guerreiro Vans” — meu tênis velho que uso até pra trilhas. Mas não recomendo! O ideal é usar botas impermeáveis e apropriadas para trilha.
Se faltar algo, relaxa: você pode comprar no caminho. Sempre há lojas especializadas ou de segunda mão.
Algumas opções da Decathlon:
Jaqueta corta vento e impermeável
5. Voluntariado: Economize e viva experiências autênticas
Essa foi minha maior fonte de economia na viagem: voluntariar!
Uso a plataforma Worldpackers (com esse link, você ganha US$10 de desconto no plano anual). Vale MUITO a pena. Por cerca de R$240, você paga o plano e, em uma semana de voluntariado, já recupera o valor — considerando que uma diária de hostel custa entre R$70 e R$100.
Tem de tudo: voluntariado em hostels, fazendas, projetos sociais e escolas. Se você tem habilidades artísticas, melhor ainda — tem lugares que pedem pintura, música, arte, etc.
Você troca algumas horas de trabalho por hospedagem, alimentação e às vezes até passeios.
Dicas importantes:
Leia os reviews de outros viajantes.
Evite furadas com base nas experiências anteriores.
A plataforma tem suporte e seguro, então é confiável.
Existem outras plataformas como a Workaway, mas nunca usei.
Até agora, já fiz voluntariado em cinco países diferentes — e só tenho boas experiências.
6. Esteja informado: Notícias, clima e cultura local
Estar informado é muito importante. Eu vim para a Bolívia sem me atentar a esse ponto e estou sofrendo as consequências. Praticamente todas as estradas estão bloqueadas por aqui, e eu simplesmente não consigo conhecer o país. Se eu tivesse visto isso nas notícias antes, teria ido para o Peru, pois estava no Chile, próximo da fronteira. Mas são experiências — como dizem.
É bom saber sobre os feriados locais também, pois isso ajuda a evitar lugares lotados de turistas.
E o mais importante: leia sobre a cultura do país que você vai visitar. Por exemplo, recusar um "té" na Argentina é considerado quase como uma ofensa! Na Bolívia e no Chile, as pessoas costumam ouvir música alta nos ônibus — e não adianta reclamar! E por aí vai. Precisamos estar atualizados para não cometermos gafes. Confundir um uruguaio com um argentino também é um caso sério!
7. Desenvolva coragem: O medo vai, a liberdade fica
A primeira viagem solo é um salto. Medo é normal. Não tem jeito — você vai sair da sua zona de conforto. Vai ser difícil no começo e também durante a viagem, não vou mentir. Mas, se é essa vida que você quer, terá de passar por isso. O medo não pode te paralisar, ele deve apenas te manter alerta.
Comece por países mais tranquilos ou que falam línguas semelhantes. Eu iniciei pelo Uruguai — o país mais caro de longe! —, mas lá muitas pessoas falam ou ao menos entendem português. Isso facilitou minha transição, já que eu não sabia nada de espanhol.
Lembre-se: você está indo ao encontro de si mesmo. Esses momentos de solitude no seu mochilão vão mostrar o que realmente importa para você — pelo menos é o que tem acontecido comigo. Então apenas se permita. Vai dar tudo certo, eu tenho certeza. E você sempre pode contar com algum amigo, parente ou até comigo, em alguma das minhas redes, para conversarmos.
8. Pratique simpatia: O mundo sorri de volta
Um sorriso abre portas (e corações). Sempre fui visto como ranzinza, mas tenho me forçado a ser mais simpático e sorrir mais nessa viagem — e sempre que faço isso, algo bom acontece. Então use o seu lado mais carismático para lidar com as situações, mesmo as difíceis, e tudo vai dar certo. Nem sempre será fácil, como já disse, mas lidando assim com as situações você vai colher bons resultados.
Aprenda a dizer "por favor", "obrigado" e "com licença" no idioma local. Por favor, né? Aprenda o mínimo para se comunicar e nunca — NUNCA MESMO — comece uma conversa em português. As pessoas se sentem desrespeitadas, pois você é o visitante. Elas não têm obrigação de saber o seu idioma. Esforce-se para aprender o básico e tudo correrá bem. Eu entendo hoje entre 85% e 90% do que falam em espanhol, e isso em apenas cinco meses. Com um pouco de dedicação, você pode ir mais longe do que eu, garanto.
A ajuda vem de onde menos se espera quando você é gentil. Nossa, essa frase é muito verdadeira. Tantos momentos incríveis aconteceram por eu estar aberto a experiências... Como pedir carona, pedir ajuda no mercado ou ter uma conversa sem pretensão no hostel — que acabou virando amizade. Como sempre dizem: gentileza gera gentileza. Use sem moderação!
9. Cultive resiliência e perseverança: Nem tudo vai dar certo, e tudo bem
Vai ter perrengue, cansaço, saudade.
Esse ponto foi o que mais me pegou. Confesso que vim iludido, achando que não teria problemas, que tudo seria mil maravilhas — e sinto te informar: não vai ser. Logo na primeira cidade da viagem, em Punta del Diablo, eu não consegui sacar dinheiro por uma semana. Imagina só: estar em um país novo sem dinheiro. Eu quis desistir já na primeira semana! Mas respirei, busquei alternativas (que sempre existem) e segui em frente. Já passei dos cinco meses de viagem.
Então seja perseverante e resiliente — palavras da moda — que tudo vai se ajeitando.
Cada obstáculo faz parte do aprendizado — e da história que você vai contar depois.
Eu só estou escrevendo essas dicas porque me propus a passar por tudo isso. Com você será igual. Não desista logo nos primeiros desafios. Tudo vai se transformar em aprendizado, e você poderá ensinar outras pessoas ou simplesmente contar suas histórias com humor depois — garanto!
Se adapte, respire fundo e siga em frente. Aqui é algo crucial: nada, sinto te dizer, nada vai ser exatamente como você imaginou na sua cabeça. Então, se adaptar é o mais importante.
Eu sou super metódico, e tive de flexibilizar isso na viagem. Muitas vezes você vai querer perder a cabeça, mas é nessa hora que precisa respirar, sair para caminhar (sempre funciona comigo) e depois rever tudo. Garanto que será a experiência mais transformadora da sua vida viajar sozinho.
10. Ganhar dinheiro na estrada: Use o que você já sabe fazer
Algo que eu também não fiz antes da viagem foi pensar nas habilidades que eu tinha e que poderiam ser usadas para fazer dinheiro na estrada.
Então, pare agora de ler, pegue papel e caneta e escreva todas as habilidades que você tem ou coisas que gosta de fazer.
Agora, pense: como posso ganhar dinheiro com isso na estrada?
Eu comecei editando vídeos para hostels e oferecendo consultorias para mochileiros iniciantes, por exemplo.
Mas, voltando ao ponto: hoje existem mil formas de trabalhar viajando. Você pode ser freelancer na internet, dar aulas online sobre os mais variados assuntos, oferecer serviços por onde passa, vender artesanato, fazer fotografias e muito mais. Como disse: veja o que você sabe fazer e use a imaginação. Vai dar certo!
Ufa! Bastante dica, né?
Agora me conta: faltou algo que você gostaria de saber? Manda nos comentários — nada do que eu disse aqui é fixo. Na verdade, tudo isso foi o que funcionou para mim. Vamos trocar ideia e aprender juntos, ok?
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Thiago, do Mochilogia 🎒📚🤓